A DENGUE NO BRASIL
A DENGUE NO BRASIL
Ontem, 4 de maio, o Ministro da Saúde
Arthur Chioro confirmou que estamos vivendo uma epidemia de dengue no Brasil!
A dengue é uma doença tropical
infecciosa causada por um vírus e transmitida por mosquito. Os sintomas são
febre, dor de cabeça, dores musculares e articulares e erupções cutâneas. Em
uma pequena proporção, a doença pode evoluir para dengue hemorrágica que pode
levar o paciente à morte.
O transmissor da dengue, o mosquito
Aédes aegypt, tem origem africana e foi
reconhecido pela primeira vez no Egito - daí o seu nome. Ele chegou ao Brasil
nos navios negreiros e se reproduziu nos depósitos de água dos barcos nas
viagens da África para cá.
As primeiras referências à dengue no
Brasil remontam ao período colonial. Em 1865
foi descrito o primeiro caso de dengue no Brasil, na cidade de Recife.
Sete anos depois, em Salvador, uma epidemia da doença matou 2.000 pessoas. Em
1846, a dengue é considerada como epidêmica, atingindo vários estados como São
Paulo e o Rio de Janeiro. Até 1916, em São Paulo ocorreram várias epidemias da
doença.
No início do século XX, em 1903, Oswaldo
Cruz implantou um programa de combate ao mosquito que se prolongou por anos. O
medo na época era a epidemia de febre amarela. O Aédes chegou a ser erradicado
no Brasil na década de 1950. Retornando a partir de 1980.
A intensa e desordenada urbanização do
Brasil, com o crescimento caótico das cidades, somando-se com as pífias
políticas públicas de saúde foram determinantes para o ressurgimento da dengue
no país na década de 1980.
A falta de esclarecimento e cuidados da
população aliados ao descaso do poder
público nos investimentos em saneamento básico, como o fornecimento regular de
água e coletas de lixo e esgoto foram fundamentais para a proliferação do
mosquito vetor da doença.
No primeiro trimestre deste ano com
relação ao mesmo período de 2014, houve um aumento de 240% dos casos de dengue
no Brasil. Até o dia 18 de abril já foram constatados mais de 740 mil casos da
doença, com 229 mortes.
Não existe vacina para a doença, mas no
Brasil estudos já estão bem adiantados pelo Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de
Janeiro.
A melhor forma de não se contrair a
doença, portanto, é a participação maior da sociedade na prevenção, combatendo
os focos de criadouro como lixo e água
acumulados nas residências e locais de trabalho. E o governo fazendo a sua
parte investindo mais em saneamento básico e no combate mais eficaz ao
mosquito.
Luís
Leite, maio de 2015.