A DEVASTAÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA BRASILEIRA
A DEVASTAÇÃO DA
FLORESTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

Com uma área de mais de 3,8 milhões
de quilômetros quadrados (45% do território brasileiro), a Floresta Amazônica
Brasileira caracteriza-se por ser latifoliada (folhas largas), heterogênea
(cerca de 2500 tipos de árvores e 30 mil tipos de plantas) e perene (está
sempre verde).
Sua fauna é composta por uma
variedade imensa de insetos, anfíbios, répteis, mamíferos, peixes e aves.
Sob as superfícies negras ou
barrentas dos rios amazônicos, três mil espécies de peixes deslizam por vinte e
cinco mil quilômetros de águas navegáveis que formam a maior bacia hidrográfica
do mundo, com cerca de um quinto do volume total de água doce do planeta.
Nas
margens desses rios, vivem mais de 24 milhões de pessoas, incluindo
indígenas, ribeirinhos e extrativistas. Além de garantir a sobrevivência dessas
pessoas, fornecendo alimentação, moradia e medicamentos, a Amazônia tem uma
relevância que vai além das suas fronteiras. Ela é fundamental no equilíbrio
climático global e influencia diretamente o regime de chuvas no Brasil e em
grande parte da América Latina.
Desde que os portugueses pisaram por
aqui, em 1550, até 1970, o desmatamento na floresta amazônica não passava de
1%. De lá para cá, em apenas 40 anos, foram desmatados em torno de 18% da
Amazônia Brasileira.

Foi na década de 1970 que começou a
invasão. Numa campanha para integrar a região à economia nacional, o governo
militar abriu estradas como a Transamazônica e deu incentivo para milhões de
brasileiros ocuparem aquela região. Na corrida por terras, a grilagem falou
mais alto, e o caos fundiário virou regra difícil de ser quebrada até hoje. A
abertura de fronteiras agrícolas na região determinou a devastação da floresta
amazônica. À época havia um dito do governo com relação à Amazônia: "Integrar
para não entregar!".
A ganância do ser humano, o
desenvolvimento do país e o paradigma de
que o Brasil é o celeiro de grãos do mundo, tem levado à degradação do bioma amazonas:
como a extração ilegal de madeira para fins comerciais; a instalação de grandes
projetos agropecuários; a implantação de projetos de mineração; a propagação de
incêndios (na maioria das vezes criminosos. Além da construção de usinas
hidrelétricas e assentamentos humanos em função
do crescimento populacional regional.
Até o ano passado, o desmatamento
acumulado na Floresta Amazônica Brasileira, em 40 anos de análise, somou
762.979 km², que corresponde a três estados de São Paulo ou duas áreas da
Alemanha. É o que revela o relatório O
futuro climático da Amazônia, coordenado pelo pesquisador Antônio Donato
Nobre, do INPE. Nobre calcula que a ocupação da Amazônia já destruiu 42 bilhões
de árvores nos últimos 40 anos.
O desmatamento desenfreado pode por
em risco a capacidade da floresta de rebaixar a pressão atmosférica, exportar a
sua umidade para outras regiões pelos chamados "rios voadores" e regular o
clima, induzindo à seca.
O desmatamento da Floresta Amazônica
é um dos principais problemas ambientais do mundo atual, em função de sua
grande importância para o meio ambiente. Esse desmatamento causa a extinção de
espécies vegetais e animais, trazendo danos irreparáveis ao ecossistema
amazônico. Além da degradação do solo com aumento da erosão e consequente
assoreamento dos rios. E contaminação dos solos e rios por herbicidas e
inseticidas aplicadas nas lavouras e mercúrio utilizado nos garimpos ilegais.
O Projeto de Lei de Iniciativa
Popular pelo Desmatamento Zero no Brasil já tem 1 milhão de assinaturas. Se
virar lei, até 2020 terá que zerar o
desmatamento e o país estará fazendo a sua parte para diminuir o ritmo do
aquecimento global, assegurar a biodiversidade e o uso responsável deste
patrimônio para beneficiar a população local.
Não é preciso derrubar mais florestas
para que o país continue produzindo. Ações contra o desmatamento e alternativas
econômicas que estimulem os habitantes da floresta a mantê-la de pé devem
caminhar juntas.

"A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a
sua ganância."
Mahatma Gandhi
Luís
Leite, abril de 2015.