A EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL
A EXPLORAÇÃO DO
PAU-BRASIL
A notícia da chegada de Cabral ao Brasil
não teve grande repercussão nos meios comerciais portugueses. Afinal, a
existência de riquezas não fora mencionada pelo escrivão Pero Vaz de Caminha.
Assim por 30 anos o Brasil foi relegado ao esquecimento. Esse período de quase desinteresse pelo Brasil é chamado
de pré-colonial (1500 - 1530).
A economia pré-colonial centrou-se no
pau-brasil, madeira avermelhada existente em toda a Mata Atlântica, desde o
litoral do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. O pau-brasil era conhecido na
Europa desde a Idade Média, pois dele se extraía um corante utilizado na
tintura de tecidos e tingimento de móveis.
A extração do pau-brasil foi declarada estanco
(monopólio real): só o rei concedia o direito de exploração. O primeiro
arrendatário a ser beneficiado com o estanco foi Fernando de Noronha, em 1502.
A exploração era feita por conta e risco do arrendatário, a Coroa, sem nada
investir, recebia uma parcela dos lucros. Como a extração era feita de maneira
predatória, não havendo preocupação em
reimplantar a árvore, essa riqueza florestal esgotou-se rapidamente. A árvore
era cortada e transportada aos navios portugueses pelos indígenas, que, em
pagamento recebiam objetos de pouco valor. Essa relação de trabalho chama-se escambo.
As maldades contra o Brasil e seu povo primitivo deram início à toda força.
Ficou claro que teríamos uma colonização de exploração, em que os colonizadores
iam procurar explorar ao máximo a colônia.
O ciclo do pau-brasil não criou núcleos
povoadores: gerou apenas algumas feitorias, como a de Cabo Frio (1503).
As costas brasileiras passaram a ser
alvos de corsários franceses a fim de contrabandear o pau-brasil. A Coroa
portuguesa mandou expedições guarda-costas que pouco fizeram contra os piratas
estrangeiros face a grande extensão da
costa brasileira.
O pau-brasil existente em grande
quantidade na Mata Atlântica foi praticamente extinto pelos colonizadores portugueses
e piratas europeus.
Luís
Leite, fevereiro de 2015.
Pesquisa:
História do Brasil, Luís César Amad Costa e Leonel Itaussu A. Mello.