A PLURALIDADE
RELIGIOSA DO POVO BRASILEIRO

Como consequência da enorme pluralidade
racial  na formação do povo brasileiro,
temos uma nação com inúmeras correntes religiosas e um estado laico, com
liberdade para professarmos a religião que quisermos, assim nos garante a
Constituição Federal.

Por exemplo, o negro que a partir do
século XVI nos trouxe uma cultura riquíssima - que muito contribuiu para a
formação cultural do povo brasileiro - inclusive suas crenças religiosas, seus orixás,
que são venerados atualmente por milhares de adeptos  do Candomblé no Brasil.

Temos no nosso país seguidores de todas
as religiões existentes no mundo, que com total liberdade professam sua
religião em boa  convivência com adeptos
de outras religiões.

Mas quase que diariamente são veiculados
na mídia fatos absurdos de intolerância religiosa por parte de evangélicos para
com os seguidores da religião afro-brasileira.

Domingo passado, a menina candomblecista
Kaykane, de 11 anos, foi atingida na cabeça por uma pedrada - que a feriu muito
- desferida por dois homens portando Bíblias, que a chamaram de macumbeira e
que deveria queimar no inferno, simplesmente porque a menina estava trajando
vestes brancas do ritual do Candomblé.

Ainda nessa quarta-feira, o templo
umbandista "A caminho da paz", no Cachambi, Zona Norte do Rio, foi invadido e
teve diversas imagens religiosas destruídas.

São fatos lamentáveis em um Estado laico
e com uma população heterogênea em termos de religião.

Esses bandidos imbecis que apedrejaram
Kaylane e os que invadiram o templo "A caminho da paz" precisam entender que
religião é um fato cultural e cada uma tem as suas verdades, seus dogmas
diferentes das outras. O que é uma verdade inquestionável para o catolicismo
não é necessariamente para o espiritismo e vice-versa, assim por diante. As
verdades de cada  religião abrangem
unicamente seus seguidores  e devemos
respeitá-las mesmo não concordando com elas.

Espero que os agressores da menina e os
invasores do templo sejam presos e punidos na forma da lei!

Luis
Leite, junho de 2015.