A VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL

29/01/2015 20:41

A VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL


A violência está banalizada no Brasil! Nunca se matou tanto por coisas
tão fúteis!

Ontem, dia 28, mais uma cena de
violência chocou o Brasil. Quando, às 6:30hs, na capital paulista, a guarda
municipal Paola foi brutalmente assassinada por um ladrão a tiros, enquanto
esperava o transporte  para levar a
criança para a escola.

O Brasil é um dos países mais violentos
do mundo. Aqui são quase 140 homicídios por dia, mais de 50 mil por ano,
superando países e regiões em guerra, como o Iraque e a Faixa de Gaza. É mais
violento que a Indonésia que com uma população de 250 milhões de pessoas tem
anualmente em torno de 19 mil assassinatos.

Pesquisa recente feita pela CNT em 137
municípios das diversas regiões do país, com 2 mil entrevistados demonstra que
o maior tipo de violência que a população mais teme é o assalto à mão armada.
Teme também o roubo seguido de morte, o roubo à residência, estupro e
sequestro-relâmpago.

Um dos fatores dessa extrema violência,
deve-se à rápida e desordenada urbanização do Brasil. Nas décadas de 1970 e
1980 houve o pico de êxodo rural, quando milhares de famílias saíram do campo e
vieram para as despreparadas cidades em busca de vida melhor. Nelas não tinham
empregos suficientes para as milhares de pessoas sem profissão definida que
chegavam. Foram se  fixando na periferia
das grandes cidades, onde não havia escolas e postos de saúde em número
suficiente para atender aos migrantes. Os serviços de infraestrutura e de
mobilização deixavam muito a desejar. Naquelas décadas era lançada a semente dos
grandes problemas sociais que o Brasil urbano do século XXI teria que enfrentar.
E a violência viria a ser o mais grave deles.


Outro fator que veio desencadear essa
extrema violência é o sistema educacional nosso que não visa preparar o jovem
para o trabalho. Faz com que muitos alunos desistam da escola e face à
dificuldade de arrumar serviço e sendo bastante estimulados ao consumismo exacerbado,
acabam caindo nas malhas da bandidagem, na ilusão do dinheiro fácil.

É importante ressaltar o descaso que o
governo federal vê o problema, sempre alegando que é do âmbito dos governos
estaduais. Muitas armas de calibre pesado e drogas entram pelas extensas fronteiras
terrestre, fluvial e marítima, sendo impossível para a Polícia Federal
fiscalizá-las com o pequeno contingente que tem.

Precisamos urgentemente de mudanças no
Código Penal, tornando as leis mais duras para crimes de latrocínio e
assassinatos de uma maneira geral, estupros e sequestros-relâmpagos. Importante
também é a redução da idade penal que os políticos teimam em não atender os
anseios da população, em consonância com o governo federal. Entre 10
brasileiros, 9 são a favor da redução da idade penal.

Passa longe o perigo de um político ou
membro importante do governo de ser assaltado e morto, estuprado ou sofrer um
sequestro, pois eles residem em apartamentos seguros ou em mansões devidamente
guarnecidas, são a toda hora escoltados por seguranças e se deslocam em carros
fortemente blindados, portanto, quase impossível sofrerem esses tipos de
crimes. Eles demonstram não estarem muito preocupados com a segurança da
população. E é bom lembrar que muitos políticos são eleitos com o dinheiro do
tráfico de drogas.

O maior problema social do Brasil hoje é
a violência urbana e o fracasso do Estado no provimento de segurança à
sociedade.

A pobreza não é fator preponderante para
o ingresso na bandidagem. Mas se o governo é ineficiente para oferecer serviços
sociais básicos, como a educação voltada à profissionalização e o emprego, o
jovem estimulado pelo consumismo, torna-se presa frágil para ingressar no
banditismo.

Luís
Leite, janeiro de 2015.



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