COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO X COLÔNIAS DE POVOAENTO

04/03/2015 21:23

COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO  X 
COLÔNIAS DE POVOAMENTO

O principal ponto de
união entre os países que constituem a América Latina é sua formação histórica,
ou seja, o tipo de colonização a que foram submetidos, a partir do século XVI,
por potências europeias da época. No Brasil (Portugal) e demais países
(Espanha).

A colonização da
América Latina foi diferente da que se deu na América Anglo-Saxônica, isto é,
nos Estados Unidos e no Canadá. Nestes dois países prevaleceu o tipo colônias
de povoamento
, enquanto nos países da América Latina predominaram as colônias
de exploração
.

As colônias de
exploração, tipo de colonização dominante do século XVI ao XVIII, deviam ser
organizadas para atender aos interesses econômicos da metrópole, da nação
colonizadora. As metrópoles colonizadoras utilizavam suas colônias para
aumentar a sua riqueza. Assim, a riqueza e o bem-estar dos povos colonizados
pouco importavam. O importante era o enriquecimento da metrópole - Portugal, no
caso da colonização do Brasil.

A função das colônias
era fornecer matérias-primas  e  produzir gêneros agrícolas a preços baixos para
exportação. Como se tratava de produzir bens primários - isto é, produtos como
açúcar, ouro, prata, diamantes, madeira, etc. a baixíssimos custos, o trabalho
utilizado era aquele que custava pouco e produzia  bastante. Assim, escravizaram o indígena e,
especialmente, o negro africano para serem usados como mão de obra barata.

As principais
características da colonização de exploração eram: monocultura, latifúndio,
extrativismo, escravismo, produção para o mercado externo. A esse conjunto de
características dá-se o nome de plantation.

Em suma, na colonização
de exploração o colonizador vinha para a colônia apenas para enriquecer e
retornar o mais rápido possível para a metrópole.

Nas colônias de
povoamento, que eram em número bem menor que as de exploração, o objetivo era
outro. Os colonizadores vinham para as novas terras não para enriquecer e
voltar para a metrópole, mas sim em busca de uma nova pátria, de uma nova área
para morar permanentemente, levando-se em conta o clima parecido com o europeu.
A colonização do Canadá (ingleses e no leste, franceses) e o norte dos Estados
Unidos (ingleses), por exemplo, não se deu com mão de obra escrava nem com o
objetivo de produzir gêneros primários a baixo custo. Ela foi realizada por
levas de europeus que saíram do continente, por causa dos conflitos e das
guerras religiosas da época, e vieram para o norte da América com interesses
não mercantis. Eram cidadãos que queriam construir um "novo mundo", uma "nova
Europa". As principais características da colonização de povoamento eram:
minifúndio, policultura, produção voltada para o mercado interno, mão de obra
livre.

A colonização de
exploração e mercantilista que os países da América Latina sofreram deixou
profundas marcas nas suas sociedades. Alguns desses ranços permanecem até hoje
e caracterizam o subdesenvolvimento desses países, como por exemplo: exportação
de matérias-primas como minérios, soja, café, açúcar, banana, etc e importação de
produtos manufaturados e industrializados principalmente tecnológicos; concentração
de terras nas mãos de poucos sendo esses latifúndios mal explorados com
monoculturas para exportação; etc.

O tipo de colonização
do Brasil e demais países da América Latina deu origem à situação atual de
dependência e subdesenvolvimento.

No Brasil, apenas Santa
Catarina e Rio Grande do Sul tiveram alguns aspectos de colônia de povoamento.

Luís Leite, março de 2015.

Consulta: Geografia do mundo subdesenvolvido. J. William
Vesentini e Vânia Vlach.