CUSTO DAS CAMPANHAS POLÍTICAS
CUSTO DAS
CAMPANHAS POLÍTICAS
Na tão protelada reforma política,
discute-se mais no Parlamento se as financiadoras das campanhas continuam ser
majoritariamente as empresas, ou se o
Estado assumiria essas despesas (como quer o PT) ou, ainda, se haveria uma
forma mista pública/privada.
Entendo que as campanhas políticas
devem ser financiadas através de doações de particulares, inclusive do próprio
candidato, sejam pessoas físicas ou jurídicas, devidamente controladas e fiscalizadas pelos
órgãos competentes.
O que deveria ser discutido são os
limites de gastos! Atualmente se gasta uma fortuna nas campanhas eleitorais!
São contratados a peso de ouro marqueteiros e empresas da mídia para produzirem
verdadeiras produções cinematográficas
que têm como objetivo enganar os eleitores.
Contratam-se centenas de cabos
eleitorais para tremularem bandeiras do candidato iguais a meros postes e
comparecerem a comícios como animadores de auditórios. A meu ver, essas
contratações não passam de compra de votos mascaradas.
São alugadas frotas de veículos para
transportarem de graça os eleitores durante a campanha. É comum no interior
(nas pequenas cidades) eleitor ser transportado para consultas médicas em outras cidades, com veículos dos comitês
políticos.
As reuniões políticas durante a campanha
regadas a muita comida e bebida continuam usuais, agora com a desculpa de estar
sendo comemorado o aniversário de fulano de tal.
Vê-se na madrugada que antecede ao
pleito serem distribuídos dinheiro e cestas básicas para a população da
periferia urbana, na descarada compra e venda de votos.
Como nunca, o poder econômico influencia nos resultados da eleição. Tem
muita chance de ser eleito aquele candidato que tiver mais poder de fogo, ou
seja, mais grana.
Aí que entra a corrupção! Os candidatos
pedem recursos para as grandes empresas, principalmente as empreiteiras, prometendo
beneficiá-las com obras públicas
superfaturadas. Portanto, indiretamente quem paga as milionárias campanhas
políticas é o já lascado contribuinte.
Ultimamente, tem sido habitual,
candidatos ao Senado e à Câmara Federal receberem doações de empreiteiras de até R$ 1 milhão.
Ora, nenhuma empresa vai doar R$ 1 milhão a um político sem receber o
equivalente de volta (com juros e correção monetária).
Os senadores Humberto Costa e Gleisi
Hoffmann, ambos do PT, receberam cada um 1 milhão de reais de uma empreiteira
envolvida nos escândalos da Petrobrás, segundo um dos delatores das falcatruas. Assim como outros políticos de diversos
partidos também receberam. Com certeza, em troca, beneficiariam essa empresa
com recursos públicos.
Os gastos com a campanha política
deveriam ser reduzidos no mínimo pela metade. Os fabricantes de engodos - os marqueteiros
e donos de estúdios - que procurem outro meio de vida.
A legislação eleitoral deveria limitar
os gastos de campanha proporcionalmente ao número de eleitores das cidades
para candidatos a prefeito e vereadores e ao
número de eleitores dos estados para os
cargos de governador, senador, deputado federal e estadual. Para presidente da república também haveria um
limite.
Outro dia vi na internet que um cidadão
candidato à prefeitura de uma cidade pequena - 30 mil habitantes - estava disposto a gastar R$ 1,5 milhão na
campanha política. Ora, se ele for eleito, receberá de subsídios nos quatro
anos de mandato em torno de 600 mil reais. Muito aquém do que gastará! Esse
cara está mal intencionado, não está?
Luís
Leite, fevereiro de 2015.