ECONOMIAS PLANIFICADAS

25/01/2015 12:48


ECONOMIA PLANIFICADA

 

  

Poderio bélico da Coréia do Norte

O socialismo real, com sua economia
planificada, deixou heranças que ainda perduram.

Na década de 1980, um terço da
população mundial vivia em países socialistas, que formavam o chamado Segundo
Mundo.

As características básicas desses
países eram a economia planificada e um modelo político de partido único, que
dizia representar os trabalhadores e não admitia as liberdades essenciais
democráticas.

A economia planificada, um dos
pilares desse sistema socioeconômico, chamado socialismo, tem como base os
planos quinquenais. Esses planos norteiam a economia planificada, eles
consistem no planejamento governamental estabelecendo prioridades. Por exemplo,
o desenvolvimento das indústrias pesadas e deve nortear toda a economia,
inclusive a oferta de empregos.

Nos países socialistas não é o
mercado - como no capitalismo - que regula a economia, e sim o Estado. Para que
funcione, torna-se necessário um Estado gigantesco com um imenso poderio, que
atinja todos os segmentos da sociedade.

O Estado deve prover todas as necessidades
básicas da população:  saúde, habitação,
educação, transporte, emprego. Os principais meios de produção devem ser
públicos ou estatais, as empresas particulares quase não existem. As decisões
econômicas são estabelecidas por meio de uma planificação governamental
central, que determina o que será produzido na agricultura, na indústria, nos
serviços, sempre por empresas estatais, durante a abrangência do plano.

No sistema de economia planificada
não existe mercado de capitais. Nem mercado de trabalho (procura e oferta de
empregos).

A primeira nação a adotar a economia
planificada foi a Rússia, em  1917.  Logo seu domínio estendeu-se pelo Leste
Europeu, abrangendo  diversas repúblicas.
Em 1922 a Rússia adotou o nome de União Soviética.

O segundo país a adotar a economia
planificada foi a Mongólia, em 1924. Nos demais, só a partir da Segunda Guerra
Mundial: Iugoslávia, Albânia, Alemanha Oriental, Bulgária, Polônia, Romênia,
Tchecoslováquia, Hungria (na Europa oriental); Coréia do Norte, China, Vietnã
do Norte e Vietnã do Sul, Laos, Camboja (na Ásia); Angola, Moçambique,
Guiné-Bissau (na África), Cuba (na América Central). Sob a liderança da URSS.

Durante muitas décadas, pareceu que o
futuro pertencia ao socialismo e à economia planificada. Com as frequentes
crises econômicas do capitalismo e a enorme pobreza nos países
subdesenvolvidos, muitos povos imaginavam que o melhor caminho seria o
socialismo. O mundo socialista, que em 1939 correspondia a apenas 6% da
população mundial, em 1988 era 33%.

A partir no fim da década de 1980,
uma profunda crise instalou-se na União Soviética, atingindo praticamente todas
as economias planificadas. Então essas nações procuraram abrir sua
economia  a investimentos estrangeiros,
prevalecendo a economia de mercado, o capitalismo. Era o fim das economias
planificadas, restando só a Coreia do Norte e Cuba no mundo atual.

A economia planificada não deu certo
em nenhum país por vários motivos. Um deles é que a centralização das decisões,
assim como desestimula a iniciativa e a criatividade das pessoas, impede a
inovação tecnológica, pois não  há
concorrência entre as empresas, todas estatais. Isso levou a um crescente
atraso das economias planificadas em relação às economias de mercado
desenvolvidas, especialmente nas décadas de 1970 e de 1980.

O sistema de economia planificada
é imposto pela força, através de cruéis ditaduras!

A falta de liberdade da população dos
Estados socialistas foi outro motivo relevante para a queda do socialismo. Essas
pessoas não tinham liberdade de expressão ou de ir e vir. Não podiam de forma
nenhuma se manifestar contra o governo ou quaisquer atitudes dele. Eram
proibidas de sair do país para visitar um parente ou simplesmente para passear.
Não podiam  consumir o que quisesse e sim
o que o governo determinasse. Os objetos de uso doméstico e uso pessoal eram
extremamente ultrapassados, obsoletos. A comida era escassa e limitada, comiam
o que era disponibilizado pelo governo. Não tinham conforto, a vida era
extremamente simplória. Eram proibidas de terem acesso às informações do mundo
capitalista, exatamente para não terem conhecimentos dos avanços tecnológicos,
dos bens consumidos e à venda nos shopping centers nos países de economia de
mercado.

 Nos países socialistas a população tinha um
bom índice de desenvolvimento social: boa assistência à saúde e à educação,
moradia grátis e razoável, emprego garantido, etc. Mas as pessoas levavam uma
vida precária, sem liberdade nenhuma. Passaram a comparar o nível de vida que
levavam e o dos países capitalistas e elas deram um basta no socialismo.

Luís Leite,
janeiro de 2015.