O SISTEMA COLONIAL NA TERRA DAS PINDORAMAS

26/02/2015 14:11

O SISTEMA COLONIAL NA TERRA DAS
PINDORAMAS


A passagem do feudalismo ao
capitalismo na Europa está intimamente ligada ao processo de colonização.

O capitalismo dos séculos XV, XVI,
XVII e parte do XVIII ainda não estava devidamente solidificado,  apresentava-se impregnado de traços feudais e
considerava-se que o fator gerador de riquezas era o comércio e não o trabalho
humano. Por isso, essa fase ficou conhecida como capitalismo comercial. Nesse
período, a burguesia comercial acumulou capital, expandiu-se para fora da
Europa - ampliando os mercados consumidores e fornecedores -, cresceu
quantitativamente e acumulou forças para tomar o poder político das mãos da
nobreza.

O colonialismo inclui-se nessa fase
do capitalismo como forma de acelerar a acumulação inicial de capital por parte
da burguesia comercial europeia e fortalecer os Estados europeus. As colônias
existiam em função disso e de nada mais.

A política econômica que orientou os
principais países europeus da época foi chamada de mercantilismo. Uma de
suas principais características era a intenção das nações de manterem uma
balança comercial favorável. Ou seja, exportar mais que importar.

A exploração colonial foi o principal
elemento na manutenção de uma balança comercial favorável pelas nações
europeias.

A economia das colônias completava a
economia dos países que as dominavam (metrópoles). As colônias exportavam
matérias-primas, produtos tropicais e riquezas minerais, e importavam produtos
manufaturados. Essa situação por si mesma já era desvantajosa para as colônias.
Agravava-se ainda mais pelo fato de as metrópoles  proibirem as colônias de comerciar com
qualquer outro país. Essa relação de exclusividade do comércio da colônia com a
metrópole ficou conhecida por pacto colonial.

O continente americano, como um todo,
passou a participar das relações econômicas internacionais numa posição de  dependência. As estruturas econômicas,
sociais e política dos países colonizados foram organizadas em função dos
interesses, necessidades e decisões das metrópoles europeias. Formou-se nas
colônias uma pequena elite, beneficiada por essa dependência, que defendia os
interesses das metrópoles, atropelando os legítimos anseios da maioria da
população.

A dependência criada pelo pacto
colonial gerou um desenvolvimento injusto das metrópoles: o enriquecimento
destas ocorria paralelamente ao empobrecimento das colônias. Além disso, as
metrópoles só procuravam  enriquecer pela
exploração de suas colônias. A dependência privou de um desenvolvimento
autômato os países colonizados e acentuou de forma permanente a desigualdade
inicial. As consequências disso ainda perduram no mundo contemporâneo. As
relações econômicas internacionais continuam privilegiando um pequeno grupo de
nações.

Os países da América Latina tiveram
uma típica colonização de exploração, em que  Portugal e Espanha exploraram ao máximo suas
colônias, que serviram unicamente para enriquecê-los com matérias-primas e
metais preciosos. De certa forma essa dependência perpetua-se até hoje.

O subdesenvolvimento dos países
latino-americanos deve-se, principalmente,  à maneira que foram colonizados.

Luís Leite,
fevereiro de 2015.

Pesquisa:
História do Brasil, de Luís César Amad Costa e Leonel Itaussu A. Mello.