OS GOVERNOS-GERAIS NA TERRA DAS PINDORAMAS
OS GOVERNOS-GERAIS NA TERRA DAS
PINDORAMAS
Diante do fracasso do sistema de
capitanias, Portugal procurou recorrer à centralização do poder. Criou-se o governo-geral,
não para acabar com as capitanias, mas para centralizar a administração,
pois a autonomia dos donatários chocava-se com os interesses do Estado
português.
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Governo de Tomé de Sousa (1549 - 1553) - Coube a Tomé
de Sousa o primeiro governo-geral do Brasil, com sede na Bahia. Junto com o
governador-geral chegaram colonos e seis jesuítas, chefiados pelo padre Manuel
da Nóbrega. As realizações mais importantes do período foram a fundação da
primeira cidade brasileira - Salvador -, do primeiro bispado, com D. Pero
Fernandes Sardinha, e do primeiro colégio no Brasil. Nesse período houve também
um grande incentivo à agricultura e à pecuária.
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Governo de Duarte da Costa (1553 - 1558) - Segundo governador-geral, Duarte
da Costa veio também para o Brasil acompanhado de jesuítas, entre os quais José
de Anchieta. Este, junto com Nóbrega, fundou, em 25 de janeiro de 1554, o
Colégio de São Paulo, que deu origem à cidade de São Paulo. No governo de
Duarte da Costa ocorreu, em 1555, a invasão do Rio de Janeiro pelos franceses,
que fundaram a França Antártica.
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Governo de Mem de Sá (1558 - 1572) - Os 14 anos de governo de Mem de Sá foram marcados
por fatos importantes, como a dissolução da Confederação dos Tamoios - união de
tribos inimigas dos portugueses - por interferência direta de Nóbrega e Anchieta e a fundação da segunda cidade
brasileira, São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1565. Estácio de Sá, fundador
da cidade e sobrinho do governador, liderou a expulsão dos franceses do Rio de
Janeiro. Formaram-se, também, nessa época, as primeiras missões jesuíticas.
Com a morte de Mem de
Sá, de 1572 a 1578 a Colônia foi
dividida entre dois governadores: D. Luís de Brito ficou com o norte, tendo
Salvador como sede do governo; no sul, o governo, com sede no Rio de Janeiro,
coube a D. Antônio de Salema. Posteriormente ocorreu a reunificação, sendo
designado apenas um governador, Lourenço da Veiga.
Em 1621, o Brasil foi
novamente dividido, dessa vez em dois estados: o estado do Maranhão, mais
tarde chamado de Maranhão e Grão Pará, e o estado do Brasil. O primeiro
inicialmente com sede em São Luís e posteriormente em Belém; o segundo, de
início sediado em Salvador e depois no Rio de Janeiro.
A administração dos municípios cabia às Câmaras Municipais.
Era nelas que se concentrava o poder político do Brasil colonial até 1642,
quando o governo português criou o Conselho Ultramarino, implantando no Brasil uma política
centralizadora mais rígida.
Nas Câmaras Municipais
o papel principal cabia aos vereadores, eleitos entre os "homens bons". Eram
considerados homens bons todos aqueles que desfrutavam de posição social
elevada e que não exerciam nenhuma profissão manual, isto é, os grandes
proprietários rurais.
Iniciava-se assim, um
ciclo de oligarquias que viriam governar o país por séculos.
Luís Leite, fevereiro de 2015.
Pesquisa: História do Brasil, de Luís César Amad Costa e
Leonel Itaussu A. Mello.