PROSTITUIÇÃO INFANTIL NO BRASIL

19/09/2015 10:17

                               PROSTITUIÇÃO INFANTIL NO
BRASIL


 

"EDVALDA
PEREIRA DA SILVA. Ela tem 11 anos, mas já aprendeu as manhas da profissão: não
entra no motel, ou no carro, sem receber o dinheiro antes, guardado sempre por
outra amiga. Não conhece o pai, e sua mãe, que trabalha na zona de meretrício,
não se importa com quem e onde ela dorme. Edvalda
se acha igual às outras meninas que fazem programa. Com uma diferença:
'Eu ainda não tenho peito'."
(Dimenstein, 1992, p. 69 - In Elo - Educação)

Milhares de
crianças são exploradas sexualmente no Brasil. Segundo a UNICEF, são cerca de
250 mil. Outras organizações dizem que o número é bem maior: chega a 2 milhões.

O problema
existe de norte a sul do Brasil. Seja nos grandes  centros, nas pequenas cidades do interior ou
nas estradas que cortam o país.

A principal
causa que leva uma criança a se prostituir é a miséria absoluta de sua família,
principalmente nas pequenas cidades do Nordeste brasileiro. Onde, nas rodovias
e nos postos de gasolina, elas vendem seu corpo por R$ 5 ou R$10 que servem
para ajudar no sustento da família. Ou trocam o corpo por um prato de comida.

Também a
violência familiar é fator importante do problema. Meninas, filhas de pais
alcoólatras e drogados, após sofrerem algum tipo de violência, seja física ou
verbal, fogem de casa e são obrigadas a se prostituírem para se sustentarem, às
vezes com a interferência de aliciadores que as levam para casas de
prostituição.

O padrão
consumista da atualidade também acaba contribuindo para a expansão do problema.
Com a propaganda em massa imposta pela mídia, adolescentes se deixam seduzir
pelo dinheiro "fácil" e rápido da prostituição, para assim manterem um padrão e
uma aparência em meio à sociedade, adquirindo vestimentas e calçados da moda,
aparelhos eletrônicos da última geração que estão em evidência, etc.

Outro
complicador desta questão é o chamado turismo sexual, o qual consiste na
chegada de vários estrangeiros pedófilos aos grandes centros brasileiros em
busca de sexo barato com crianças. Meninas pobres, moradoras da periferia das
grandes cidades ocupam as avenidas, ruas e praias para oferecerem seu corpo
como mercadoria barata neste mercado do sexo que se estabelece em endereços
turísticos por todo o Brasil, principalmente nas praias nordestinas.

Como
consequência, temos um contingente enorme de crianças e adolescentes numa
permanente e crescente degradação física, social e psíquica.  Futuros adultos drogados, portadores de
doenças sexuais, inclusive a AIDS e carregando pelo resto da vida pesadelos terríveis.

A prostituição infantil é um problema gravíssimo
inerente aos países subdesenvolvidos, portanto, enquanto o Brasil não superar
essa condição, dificilmente o problema será erradicado aqui. E o seu fim passa
por uma educação de qualidade e o fim da pobreza extrema familiar ainda
existente no país.

É necessário que haja leis mais duras
para esses pedófilos e aliciadores, bem como, fiscalização eficiente para que
eles  não fiquem impunes. E uma maior
conscientização da sociedade civil.

Luís
Leite, setembro de 2015.



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